Zero shot, One shot e Few shot prompting - O guia etílico sobre prompting

Se já ouviste falar sobre Zero Shot, One Shot e Few Shot prompting, mas não fazes ideia do que seja, não te preocupes.

Vou explicar-te neste guia sobre prompting como se estivéssemos num bar (ou numa troca de conhecimento, como preferires). Tudo se resume à forma como se interagem com o LLM e a quantidade de exemplos facultada (zero, um ou alguns).

Zero Shot prompting: Vou deixar o destino decidir

Imagina que entras num bar e dizes ao barman: “Quero um cocktail!”

Sem especificar nada. Sem contexto. Sem dicas.

O barman (que neste caso é a IA) olha para ti, pensa um bocado e atira-te um copo com algo aleatório. Pode ser um mojito, pode ser um absinto puro, pode ser um sumo de tomate com vodka, ou uma mistura de Baileys, licor Cointreau e café.

Boa sorte amigo… O barman não é vidente!

Este é o Zero Shot prompting. Se não dás exemplos nenhuns, a IA tem de adivinhar tudo sozinha e, muitas vezes, sai algo completamente inesperado (ou errado).

One Shot prompting: Aprendi a pedir coisas

Depois de sobreviveres à primeira bebida surpresa, decides ser mais esperto. Agora entras no bar e dizes: “Quero um cocktail, tipo um mojito.”

O barman já tem uma referência em mente. Ele sabe que queres um cocktail refrescante, provavelmente com rum, limão e hortelã…

Mas ainda pode inventar um bocadinho, quem sabe até meter um toque de gengibre porque lhe apeteceu.

Isso é One Shot prompting: Dás um exemplo para ajudar a IA a entender melhor o que queres.

Ainda pode haver alguma liberdade criativa, mas pelo menos já não vais acabar a beber um cocktail azul flamejante quando só querias algo fresco.

Few Shot prompting: Agora não há como falhar

Agora aprendeste a lição. Não vais correr riscos e decides ser super específico:

“Quero um mojito. Com rum, limão, hortelã, água com gás e açúcar. Como este aqui que bebi ontem (e apontas para o mojito numa foto), e este outro que provei na semana passada.”

Agora o barman tem vários exemplos e sabe exatamente o que esperas.

Sem falhas, sem improvisos, apenas um cocktail perfeito!

Isto é Few Shot prompting: dás vários exemplos para que a IA compreenda claramente o padrão e te devolva uma resposta mais precisa e coerente.

Bónus: Os perigos do Overfitting e das Alucinações

Calma campeão/campeã, não é porque já sabes pedir o teu mojito que dominas o bar! Ouve mais esta antes de mandares vir uma rodada da IA.

Para além dos “shots” de prompting, existem ainda outros conceitos que te vão ajudar a entender melhor o barman (neste caso a IA) que por vezes também tem dias “não”. Esses conceitos são o Overfitting e a Hallucination (ou alucinação).

• Overfitting: Se pedires sempre a mesma coisa, o barman pode começar a assumir que só bebes mojito na vida e nem sequer te perguntar mais nada. A IA também faz isto quando treina demais num conjunto pequeno de exemplos e depois não consegue generalizar.
• Hallucination: às vezes, o barman pode decidir que já sabe demasiado e inventa uma bebida que nem existe, tipo um “Rumtini de Morango e Bacon”. A IA faz isto quando gera respostas que parecem realistas, mas são puro delírio.

E se depois destes dois dedos de conversa tivesse de concluir alguma coisa, seria que “saber pedir é meio caminho andado” para depois não ficares desapontado/a com os resultados obtidos.

Agora que sabes como funciona o Zero Shot, One Shot e Few Shot, podes aplicar este conhecimento sempre que interagires com uma IA. Quanto mais contexto deres, melhor o resultado.

Lembra-te que tanto na IA como na vida, às vezes é bom ser espontâneo (Zero Shot), outras basta dar uma referência (One Shot), mas quando queres algo realmente certeiro, nada bate ter exemplos claros (Few Shot).

Agora vai lá pedir o teu cocktail!