Será que a Inteligência Artificial é realmente inteligente?
Rui Silva
Formador, especializado em gestão de redes sociais, marketing digital, blockchain e inteligência artificial.
Muitas vezes, a inteligência artificial é vista como uma tecnologia milagrosa que irá superar a inteligência humana e eliminar empregos. Contudo, essa perceção é enganadora. Apesar de ser poderosa, a IA não possui verdadeira inteligência ou compreensão.
O Conceito da Caixa Chinesa
John Searle, em 1980, propôs o conceito da caixa chinesa para questionar se um computador pode realmente compreender a linguagem humana.
A Sala Chinesa explicada
Imagine uma pessoa que não fala chinês numa sala com regras em português para manipular símbolos chineses. Alguém envia perguntas em chinês e a pessoa, seguindo as regras, devolve respostas em chinês. Para os observadores, parece que a pessoa entende chinês, mas ela apenas segue regras sem compreensão.
Diferença entre simulação e compreensão
Enquanto os humanos entendem e interpretam o mundo, a IA apenas simula compreensão através de dados e algoritmos. Humanos experienciam emoções, empatia e entendem contextos complexos de formas que a IA ainda não alcança.
Autonomia e adaptabilidade limitadas
A IA tem limitações de autonomia e adaptabilidade. Um carro autónomo opera sem supervisão constante, mas dentro dos limites dos seus algoritmos. Em situações novas e imprevistas, pode não reagir adequadamente.
Palavras enganosas na IA
Termos como “inteligência” e “compreensão” são usados de forma enganosa, sugerindo capacidades que a IA não possui. A perceção pública sobre IA mudou, refletindo avanços tecnológicos e a comunicação desses avanços.
A IA ainda é avaliada por humanos
Trabalho como analista de dados, avaliando respostas da IA. Se a IA fosse realmente inteligente, não seriam necessários humanos para avaliar o seu trabalho. A caixa chinesa ilustra esta diferença.
Importância da avaliação humana
A contínua necessidade de avaliação humana mostra as limitações da IA em alcançar compreensão verdadeira. Mesmo os sistemas mais avançados necessitam de supervisão humana, demonstrando que a IA ainda não alcançou autonomia completa.
O futuro da IA
O futuro da IA é promissor, mas devemos ser cautelosos ao atribuir-lhe capacidades que não possui. Compreender as limitações da IA é crucial para usá-la de forma eficaz e ética, lembrando que é uma ferramenta, não um substituto para a inteligência humana.