IA em Portugal - O que está a acontecer?
IA em Portugal: Benefícios, desafios e perspetivas
A inteligência artificial (IA) está a emergir em Portugal como uma ferramenta transformadora, capaz de aumentar a eficiência nas empresas, automatizar tarefas e personalizar serviços. No entanto, a adoção da IA enfrenta ainda alguns desafios significativos, especialmente no que toca à qualificação técnica e à adaptação de processos.
A IA está a transformar diversos setores em Portugal, com destaque para as telecomunicações, média, finanças e serviços públicos.
Empresas como a Altice Portugal, têm investido na adoção de IA para obter vantagens competitivas e melhorar modelos operacionais. Segundo Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, a IA representa uma oportunidade para criar novas vantagens no mercado e inovar os modelos operacionais da empresa (Expresso, 2025).
Por sua vez, o grupo de media Impresa utiliza a IA para aumentar a eficiência e oferecer um melhor serviço ao consumidor. De acordo com Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, a tecnologia está a transformar as empresas, tanto na produtividade como na melhoria da experiência do cliente (Expresso, 2025).
A IA na economia de Portugal
Estudos internacionais indicam que a IA pode impulsionar significativamente a economia portuguesa. De acordo com a PwC, a adoção de IA até 2030 poderá elevar o PIB do sul da Europa em 11,5% (cerca de 700 mil milhões de euros), uma percentagem superior ao aumento esperado para o norte da Europa (PwC: O impacto da IA na economia europeia).
A consultora McKinsey também projeta que uma adoção rápida da IA generativa e da automação poderá acrescentar 2,7 pontos percentuais ao crescimento anual do PIB português, aproximando o país da média europeia. Esta transformação é vista como essencial para enfrentar o problema da produtividade em Portugal, permitindo realizar tarefas de forma mais rápida e eficiente (McKinsey: Automação e crescimento económico).
A IA na vida dos cidadãos
Os portugueses também estão a adaptar-se às ferramentas de IA. Segundo uma sondagem da DECO PROteste, 72% dos portugueses reconhecem a presença da IA no seu quotidiano. Além disso, 57% dos utilizadores de internet já experimentaram o ChatGPT ou tecnologias similares (DECO PROteste: ChatGPT - 78% fazem pesquisas com IA).
Entre os jovens adultos (18-34 anos), 55% afirmam usar regularmente estas ferramentas, enquanto os seniores ainda mostram uma menor adesão, refletindo um processo de aprendizagem geracional.
Principais utilizações:
- Pesquisa de informações: 78% dos utilizadores do ChatGPT;
- Geração de textos: 70%;
- Resumos de textos longos: 35%;
- Auxílio na escrita de código: 24%.
Desafios na adoção da IA
Apesar dos benefícios, Portugal enfrenta desafios significativos na adoção da IA. De acordo com o Eurostat (2024), apenas 9,3% das empresas portuguesas com 10 ou mais empregados utilizam tecnologias de IA, colocando o país entre os últimos na União Europeia (Eurostat: Índice de digitalidade da economia e da sociedade de 2022).
Questões éticas e regulamentares
A utilização de IA levanta também questões éticas, especialmente no que diz respeito à transparência, privacidade e proteção de dados.
O Regulamento Europeu de IA (2024) estabelece normas para garantir que o desenvolvimento e utilização da IA ocorram de forma segura e responsável, protegendo os direitos dos cidadãos (Comissão Europeia: Regulamento Europeu de IA).
Conclusão
A inteligência artificial está a transformar a economia e a sociedade em Portugal. No entanto, para garantir que os benefícios sejam sustentáveis, é importante enfrentar os desafios de qualificação, infraestrutura e ética. Com políticas públicas adequadas e um compromisso empresarial com a formação contínua, Portugal pode consolidar-se como um país inovador e tecnologicamente avançado.