9. Como começar com a IA: MVP, Prototipagem e Testes
Um guia prático para iniciar a adoção de Modelos de Linguagem (LLMs) no município com baixo risco, resultados rápidos e aprendizagem contínua.
O que é um MVP e porquê usá-lo
MVP significa Minimum Viable Product — uma versão simples e funcional que testa uma capacidade prioritária com o menor esforço possível. Evita grandes investimentos iniciais, permite medir resultados e recolher feedback real antes de escalar.
- Testar uma funcionalidade prioritária.
- Medir resultados rapidamente.
- Aprender com erros e ajustar o rumo.
- Preparar a expansão com base em evidência.
Como escolher o primeiro MVP
Use critérios simples e práticos:
- Problema específico e bem delimitado.
- Impacto visível no dia a dia dos técnicos.
- Equipa piloto pequena e disponível para testes.
- Baixo esforço técnico e financeiro.
- Feedback rápido e mensurável.
Exemplos realistas
- Assistente interno para dúvidas frequentes (urbanismo, contabilidade).
- Classificação automática de documentos.
- Geração de resumos de atas, contratos ou deliberações.
- Pesquisa inteligente sobre regulamentos municipais.
Como desenvolver o protótipo
Etapas essenciais
- Definir o problema a resolver (ex.: “perde-se tempo a encontrar normas específicas”).
- Identificar dados necessários (versões digitais e pesquisáveis; qualidade e atualização).
- Escolher tecnologia (open source local ou serviço comercial em cloud).
- Desenvolver o protótipo e ligar às fontes de informação relevantes.
- Estabelecer métricas de sucesso desde o início.
Boas práticas
- Trabalhar com amostras reais e garantir RGPD desde o dia um.
- Documentar decisões técnicas e versões de documentos.
- Usar checklists para testes repetíveis.
- Reservar tempo para iterações curtas.
Quem testa e como testar
Depende do caso de uso. Ferramentas internas devem ser testadas por técnicos municipais. Funcionalidades viradas ao público (ex.: chatbot) podem começar com um grupo de munícipes voluntários ou com simulações internas antes da abertura geral.
- Testes internos: técnicos de serviço piloto, com guião de tarefas.
- Testes controlados: pequeno grupo externo, se aplicável.
- Feedback estruturado: questionário curto e sessões de observação.
O que fazer após um MVP bem-sucedido
- Expandir gradualmente para mais utilizadores e serviços.
- Melhorar infraestrutura e integrações (ERP, gestão documental, e-mail).
- Investir em formação contínua.
- Definir novas funcionalidades com base nos dados de uso.
Manter um ritmo de evolução contínua, sempre guiado pela experiência real dos utilizadores.
Riscos de não seguir abordagem MVP
- Investir demasiado numa solução que depois não é usada.
- Complexidade excessiva logo no início.
- Desalinhamento com expectativas dos utilizadores.
- Dificuldade em perceber limitações reais do contexto.
- Maior resistência interna à adoção.
Envolvimento dos funcionários
Ouvir dificuldades, recolher sugestões e reconhecer contributos aumenta a aceitação e o compromisso com o projeto. A tecnologia é apoio — a decisão permanece humana.
- Workshops curtos e focados em tarefas reais.
- Canal simples para reportar problemas e ideias.
- Ritmo de melhorias visível para a equipa.
Métricas e objetivos (KPIs)
Tempo
Redução no tempo médio para completar a tarefa.
Qualidade
Queda em retrabalho e pedidos devolvidos.
Adoção
N.º de utilizadores ativos e sessões por semana.
Satisfação
Feedback dos técnicos e, se aplicável, dos munícipes.
Conformidade
Incidentes de acesso e discrepâncias de dados.
Custo
Horas poupadas vs. esforço de manutenção.
Cronograma sugerido
- Semana 1: problema, dados, métricas e equipa piloto.
- Semanas 2–3: protótipo funcional com casos reais.
- Semanas 4–5: testes com guião e iterações.
- Semana 6: decisão de escala e plano de integração.